sexta-feira, 22 de julho de 2011

Gichin Funakoshi

                                             


Gichin Funakoshi nasceu em Shuri, Okinawa, em 1868. Como um menino, ele foi treinado por dois mestres famosos da época. Cada treinou-o em uma arte marcial de Okinawa diferentes. Yasutsune Azato de que ele aprendeu Shuri-te. De Yasutsune Itosu, ele aprendeu Naha-te. Seria a fusão desses dois estilos que um dia se tornaria Shotokan karate.
Funakoshi-sensei é o homem que introduziu o karate para o Japão. Em 1917 ele foi convidado para realizar sua arte marcial em uma exposição de educação física patrocinada pelo Ministério da Educação. Ele foi convidado novamente em 1922 para uma outra exposição. Ele foi chamado de volta pela terceira vez, mas esta foi uma performance especial. Ele demonstrou sua arte para o emporer ea família real! Atfer isso, Funakoshi-sensei decidiu permanecer no Japão e ensinar e promover a sua arte.
Gichin Funakoshi faleceu em 1957 com a idade de 88. Além de criar Shotokan karate e introduzi-lo para o Japão e do mundo, ele também escreveu o livro muito sobre o assunto de karate, "Ryukyu Kempo: Karate-do". Ele também escreveu "Karate-Do Kyohan" - O Texto Mestre, o "manual" de Shotokan e ele escreveu sua autobiografia, "Karate-Do: My Way of Life". Estes livros e sua arte são um legado adequado para este homem despretensioso e gentil.


Esta é uma foto de um memorial para Gichin Funakoshi. Este memorial ao Mestre Funakoshi foi erguido no Enkaku-ji em Kamakura em 1968. A caligrafia na certa é o mestre, que à esquerda é de Asahina Sogen, sumo sacerdote do templo, e lê, "Karate ni Sente Nashi" (Não há primeiro ataque no karate).


EXISTE UM HOMEM QUE PODERIA SER CREDITADOS com a colocação de karate na posição que goza no continente japonês hoje, é Gichin Funakoshi. Este Meijin (master) nasceu em Shuri, Okinawa, e nem sequer começar a sua segunda vida como prenúncio do reconhecimento oficial de karate no continente até que ele era 53 anos de idade.
Funakoshi história é muito semelhante à de muitos grandes nomes no karate. Ele começou como um fraco, doente e com problemas de saúde, cujos pais levou-o para Itosu para a sua formação karte. Entre seu médico, Tokashiki, que prescreveu certas ervas que fortalecê-lo, e boa instrução do Itosu, Funakoshi logo floresceu. Ele tornou-se um bom aluno, e com Asato, Arakaki e Matsumura como seu outros professores, expertise e sua mente altamente disciplinada.
Quando ele finalmente chegou ao Japão de Okinawa em 1922, ele ficou entre seu próprio povo no dormitório dos estudantes da prefeitura está em Suidobata, Tokyo. Ele morava em uma pequena sala ao lado da entrada e limpava o dormitouy durante o dia quando os alunos estavam em suas aulas. À noite, ele iria ensiná-los karate.
Depois de um curto período de tempo, ele tinha ganhado de meios suficientes para abrir sua primeira escola em Meishojuku. Após isso, sua shotokan em Mejiro foi aberto e ele finalmente tinha um lugar do qual ele enviou uma variedade de excelentes estudantes, como Takagi e Nakayama Karate Kyokai da Nippon, Yoshida de Takudai, Obata de Keio, Noguchi de Waseda, e Otsuka , o fundador do Wado-Ryu karate. Diz-se que em suas viagens dentro e ao redor do Japão, dando demonstrações e palestras, Funakoshi sempre teve Otsuka acompanhá-lo.
O mundo das artes marciais no Japão, especialmente no início dos anos vinte e até o fourties cedo, gostava de ultra-nacionalistas estavam voando alto, e olharam para baixo seus narizes, em qualquer arte que não era puramente chamou-lhe uma arte pagã e selvagem.
Funakoshi superou esse preconceito e finalmente ganhou o reconhecimento formal do karate como uma das artes marciais japonesas em 1941.
Escusado será dizer que os clubes de karatê muitos floresceu no Japão continental. Em 1926, foi instirudes karate em Tokyo University. Três anos depois, karate foi formalmente organizada em nível de clube por três estudantes: Matsuda Katsuichi, Himotsu Kazumi e Nakachi K., Funakoshi foi seu professor. Ele também organizou clubes de karate em Keio University e no Shichi-Tokudo, um quartel situado em um canto do palácio.
Funkoshi visitou o Shichi-Tokudo em dias alternados para ensinar e era sempre acompanhados de Otsuka, a fama de ser um dos mais brilhantes de seus alunos no Japão adequada. Kata favorito Otsuka foi o Naihanchi, que ele realizou antes da realeza do Japão, com outra excelente atudent chamado Oshima, que realizou a kata Pinan (Heian).
Um dia, quando Otsuka estava ensinando no Shichi-Tokudo, um estudante, Kogura, de Keio University, que teve um grau de san-dan (grau 3-preta) em kendo (esgrima japonesa), e também uma faixa preta em caratê, tomou uma espada e enfrentou Otsuka. Todos os outros alunos ficou observando para ver o que aconteceria.Eles sentiram que ninguém poderia enfrentar o Shinken (lâmina aberta), realizada por um especialista kendo.
Otsuka calmamente assistiram Kogura eo momento em que ele fez um movimento com sua espada, Otsuka varrido fora de seus pés. Como este foi ensaiada, ot atestaram a habilidade de Otsuka. Ele também deu a filosofia de Funakoshi que a prática de kata foi mais tah suficiente em tempos de necessidade.

Em 1927, três homens, Miki, Bo e Hirayama decidiu que a prática de kata não era suficiente e tentou introduzir jiyukumite (vale-tudo). Eles criaram clothig de protecção e máscaras usadas kendo em suas partidas, a fim de utilizar o contato pleno. Funakoshi ouviu sobre estes ataques e, quando ele não poderia desencorajar tais tentativas de menosprezar o que ele consedered para a arte do karate, ele parou de vir para o Shichi-Tokudo.Ambos Funakoshi e seu melhor aluno, Otsuka, nunca mostrou suas caras lá de novo.

Quando Funakoshi chegou ao Japão continental, ele trouxe 16 kata com ele: 5 pinam, 3 naihanchi, Kushanku dai, Kushanku sho, Seisan, patsai, Wanshu, Chinto, jutte e jion. Ele manteve seus alunos sobre o antes que eles evoluíram para formas mais avançadas. O treinamento repetitivo que ele instituiu divedends pagas; seus alunos passou a produzir o mais preciso, tipo exato de karate ensinado em qualquer lugar.
Jigoro Kano, o fundador do judô moderno, um convidou Funakoshi e um amigo, Makoto Gima, para se apresentar no Kodokan (então localizado no Tomisaka). Cerca de uma centena de pessoas assistiram o espetáculo. Gim, que tinha estudado sob Yabu Kentsu como uma juventude em Okinawa, realizou o shodan naihanshi e Fuankoshi realizou a koshokun (Kushanku dai).
Kanso sensei observou o desempenho e pediu Funakoshi sobre as técnicas envolvidas. Ele ficou muito impressionado. Ele convidou Funakoshi e Gima de um tendão (peixe e arroz), jantar durante o qual ele cantou e fez piadas para colocar Funakoshi à vontade.
Independentemente da sua sinceridade no ensino da arte de karate verdadeiro, Funakoshi não era sem seus detratores. Seus críticos insistência de seu desprezado no kata e dectied o que chamaram de karate "soft" que perdeu tempo demais. Funakoshi insistiu em hito kata-sanen (três anos em um kata).
Funakoshi era um homem humilde. Ele pregou e praticou uma humildade essencial. Ele não pregou o está enraizado na verdadeira perspectiva das coisas, cheia de vida e consciência. Ele viveu em paz consigo mesmo e com seus semelhantes.
Sempre que o nome de Gichin Funakoshi é mencionado, traz à mente a parble de "um homem de Tao (Do) e um homenzinho". Como ela é contada, um estudante perguntou uma vez: "Qual é a diferença entre um homem de Tao e um homenzinho?" As respostas sensei, "É simples. Quando o homem pouco recebe seu primeiro dan (grau ou classificação), ele mal pode esperar para correr para casa e gritar no topo de sua voz para dizer a todos que ele fez o seu primeiro dan. Após receber seu segundo dan, ele vai subir para os telhados e gritar para o povo. Ao receber seu terceiro dan, ele vai pular no seu automóvel e desfile pela cidade com chifres de sopro, dizendo uma e tudo sobre seu terceiro dan ".
O sensei continua: "Quando o homem de Tao recebe seu primeiro dan, ele vai abaixar a cabeça em sinal de gratidão. Ao receber seu segundo dan, ele vai abaixar a cabeça e os ombros. Ao receber seu terceiro dan, ele se dobrará até a cintura e calmamente a pé ao lado da parede, para que as pessoas não vão vê-lo ou observá-lo ".
Funakoshi era um homem de Tao. Ele colocou nenhuma ênfase em competições, quebrando o recorde ou campeonatos. Ele colocou ênfase na selfperfection individual. Ele acredita na decência e respeito que um ser humano devidas a outra. Ele foi o mestre dos mestres.


                     

Gichin Funakoshi


Gichin Funakoshi em 1935


O memorial de Gichin Funakoshi.
Foi erguido no Templo Enkaku-ji em Kamakura em 1968.

domingo, 17 de julho de 2011

A PARÁBOLA DA FAIXA PRETA


Imagine um lutador de artes marciais ajoelhado na frente do mestre sensei, numa cerimônia para receber a faixa preta obtida com muito suor.

Depois de anos de treinamento incansável, o aluno finalmente chegou ao auge no êxito da disciplina.

"Antes que eu lhe dê a faixa você tem que passar por outro teste" , diz o sensei.

"Eu estou pronto", responde o aluno, talvez esperando pelo último assalto da luta. "Você tem que responder à pergunta essencial: qual é o verdadeiro significado da faixa preta?"

"O fim da minha jornada", responde o aluno, "uma recompensa merecida pelo meu bom trabalho".

O sensei espera mais. É óbvio que ainda não está satisfeito. Por fim, o sensei fala: "Você ainda não está pronto para a faixa preta. Volte daqui a um ano."

Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do sensei.

"Qual é o verdadeiro significado da faixa preta?", pergunta o sensei.

"Ela significa a excelência e o nível mais alto que se pode atingir em nossa arte." responde o aluno.

O sensei não diz nada durante vários minutos, esperando. É óbvio que ainda não está satisfeito. Por fim ele fala: " você ainda não está pronto para a faixa preta. Volte daqui a um ano."

Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do sensei e mais uma vez o sensei pergunta: "qual é o verdadeiro significado da faixa preta?"

"A faixa preta representa o começo - o início da jornada sem fim de disciplina, trabalho e a busca por um padrão cada vez mais alto." , responde o aluno.

"Sim. Agora você está pronto para receber a faixa preta e iniciar o seu trabalho!"

Kata - Conceitos e Pensamentos

Muitas são as interpretações feitas acerca dos efeitos do treino de Kata para o desenvolvimento do praticante de Karate.

Para alguns não passam de movimentos realizados com o objectivo de ganhar taças, para outros uma obsessão por saber o maior número deles de modo a mostrar o seu valor como karatecas e ainda há aqueles que não percebem muito bem qual a sua finalidade para o treino.

Espero que este artigo possa clarificar certos aspectos da prática dos Kata que, para muitos de nós, permanecem num certo obscurantismo, tanto devido ao desconhecimento desses aspectos por quem os ensina ou ainda a tentativa de criação de uma aura da mistério em torno deles.

Considero o Kata como uma representação de movimentos baseados em formas de combater e que também visam o desenvolvimento dessas formas. Qualquer pessoa com o mínimo de habilidade mental e conhecimento técnico conseguiria construir um Kata, só que com a diferença, em relação aos tradicionais, de provavelmente não cristalizar as formas de lutar que outrora se mostraram eficientes, nem tão pouco ter a componente medicinal muitas vezes evocada na construção dos mesmos pelos antigos mestres (o Sanchin tradicionalmente tem uma componente medicinal através do tipo de respirações e dinâmica corporal que utiliza).

Há quem defenda que o Kata tem um propósito simples, não se baseando em teorias complicadas ou propósitos transcendentes, sendo simplesmente uma coesão de movimentos que os seus criadores utilizavam não só para relembrar lições importantes mas também para criar conceitos holísticos. Baseando-nos nesta hipótese, o Kata, quando aprendido por si só, não tem utilidade em termos de defesa pessoal, sendo sim utilizado como o culminar de lições importantes já aprendidas. Assim, a tríade do Karate - Kihon, Kata e Kumite - não são conceitos fechados, mas sim, situações práticas contíguas e comunicantes que, opino eu, devem ter uma continuidade lógica durante o treino tendo sempre como propósito a defesa pessoal.


Desenvolvendo a força interior através da prática de Kata.


Para a sua correcta execução devemos seguir as seguintes regras:

1. Eliminar as distracções externas e concentrar-se apenas na sua intenção;

2. Coordenar a respiração e sincroniza-la com a actividade muscular. Quando se esticar o braço, expirar até parar, mas conservar sempre 50% do ar. Deve-se ter a atenção de nunca expirar todo o ar num só momento. Quando se inspira, o nosso corpo torna-se leve. Quando expiramos, o nosso corpo fica enraizado.

3. Ouvir a respiração e ficar atento a todas as partes do nosso corpo.

4. Deve haver uma contracção muscular constante mas flexível nos seguintes grupos musculares: deltóide, trapézio, grande dorsal, dentados e peitorais.

5. Para promover uma respiração diafragmática perfeita, a espinha deve estar paralela ao estômago.

6. As técnicas são executadas para a frente e para trás de modo aos cotovelos tocarem na cintura.

Ao compreender as normas físicas e metafísicas do duro e do suave (ganrou em Mandarim e Goju em Japonês) temos de aprender que é o balanço equitativo entre os dois que permite triunfar o maior adversário de todos, nós próprios.

A dureza representa a força material do corpo humano e a agressividade de cada um. A suavidade representa a tranquilidade do nosso carácter e a elasticidade em ceder perante uma adversidade. Juntos, são atributos que se revelam através de uma análise contínua e um compromisso genuíno.

Cada um deve opor a força à flexibilidade e vice-versa. Todo o movimento do corpo, incluindo a esquiva e as manobras evasivas, deve ser executadas com uma respiração correcta. O corpo deve ser flexível como um galho de salgueiro sujeito a uma ventania; ele cede com a força do vento, mas quando esta termina, o galho espontaneamente volta à sua posição inicial. Quando se inala e o corpo se estica, ele parece uma onda gigante sem qualquer resistência. No entanto, quando uma posição estável é necessária e o ar é expelido dos pulmões enquanto se contrai os músculos, ficamos estáticos, como uma montanha.

O Kata é um método ritualizado através do qual os segredos da defesa pessoal são transmitidos de geração em geração. Cada Kata representa uma miríade de cenários possíveis de defesa pessoal - enganando-se pois aqueles que separam as técnicas de Kata No Bunkai (aplicação do Kata) das técnicas de defesa pessoal como se fosse algo de diferente - mas é mais do que uma simples combinação de técnicas. Assim, cada Kata é uma tradição única com princípios, estratégias e aplicações distintas. A aplicação das formas são concebidas para o uso em situações de defesa pessoal de vida ou morte e assim podem ser usadas para controlar, magoar, mutilar ou mesmo matar alguém quando necessário.
Um segundo mas igualmente importante aspecto do Kata é a sua utilidade terapêutica. Os vários paradigmas de imitação dos animais e os padrões respiratórios foram utilizados para melhorar a circulação sanguínea e a eficiência respiratória, estimular a energia ki, estender e fortalecer os músculos, fortalecer os ossos e tendões e massajar os órgãos internos.

Executar um Kata desenvolve igualmente a coordenação, utiliza esforço de torção e promove a rotação da anca. Assim, vai permitir o incremento da biomecânica de cada um e um desempenho óptimo utilizando energia limitada. Através da regulação da respiração e sincronizando-a com a expansão e contracção da actividade muscular vamos promover a oxigenação do sangue e a aprendizagem de como criar, conter e libertar a energia ki. O ki pode levar a um considerável efeito terapêutico para o corpo, quer interna quer externamente.

O mestre Wu Bin do Instituto de Investigação do Gongfu Chinês descreve o Kata como de importância vital para a mobilização e guia da circulação interna de oxigénio, para o balanceamento da produção de hormonas e para a regulação do sistema nervoso.

Quando se executa um Kata correctamente cada um deve promover a sua energia corporal e não se cansar excessivamente. Quando em posturas baixas, as costas devem estar direitas, os ombros baixos, queixo para fora, pélvis puxada para cima, os pés firmemente implantados e o corpo flexível de modo a que os canais de energia possam ser plenamente abertos e os alinhamentos apropriados cultivados.

O grupo de alinhamentos únicos que são cultivados pelos Kata ortodoxos permite a abertura dos canais do corpo permitindo que a energia flua espontaneamente. O ki consegue assim "limpar" o sistema nervoso e regular a função dos órgãos internos. Em resumo, a prática regular dos Kata vai desenvolver um corpo saudável, reflexos rápidos e uma técnica eficiente, ajudando a preparar uma resposta mais efectiva para situações potencialmente perigosas.

Outro aspecto importante quando falamos em Kata é a sua origem histórica. Eu próprio durante a minha prática nunca tive acesso a esta e ao propósito do Kata que praticava, criando em mim um vazio pois a sua finalidade era "decorá-lo" para obter êxito em exame. Ao conhecermos a história de um Kata apercebemo-nos das circunstâncias em que foi feito, da sua origem, do seu trajecto, dos protagonistas, etc. o que permite dar sentido a sua execução e conhecer o seu propósito na altura em que foi criado. Além disso a sua história constitui um estímulo positivo, ao saber que foi praticado por mestres que estão separados de nós centenas de anos e em circunstâncias muito particulares.

Infelizmente hoje em dia a prática de karate passa muito por um aprendizagem incorrecta dos Kata, segundo a minha opinião, não se objectivando a sua componente prática e os pormenores que o constituem. Acredito que um Kata precisa de ser trabalhado, surgindo para nós como uma pedra em bruto que precisa de ser limada. Isto quer pela prática da forma (execução do Kata) quer pela sua aplicação prática (Kata No Bunkai). O ciclo muito característico - memorização/exame - tem de ser quebrado e é preciso conceber nos alunos e em nós próprios instrutores um conceito global, vendo cada técnica do bunkai como uma situação que representa uma parte de um suposto combate real que precisa de ser assimilada (e não decorada) e compreendida de modo a surgir espontaneamente numa situação real.

A finalidade é também muito importante, quando praticamos um Kata. Por exemplo no Naifanchin é preciso ter consciência que cada subida e descida da perna na posição naifanchin-dachi pode representar o quebrar ou o luxar da perna ou joelho do adversário. Este facto deve estar na nossa mente ao executá-lo, pois acredito que assim poderemos compreender o verdadeiro sentido para que foi construído, além de aperfeiçoar biomecanicamente a execução de tal movimento, já que passamos a ter consciência do objectivo daquele acto.

Outro exemplo é o Kata Sanchin, que representa, segundo o seu nome, o combate entre o corpo, a mente e o espírito. Deste modo apesar da sua forma não ser muito complicada, o uso da correcta respiração, contracção muscular e movimento durante o condicionamento executado por um companheiro torna-o uma prova muito dura de superar fazendo pleno uso das três componentes acima mencionadas, derivando daí o seu nome - o Kata das três batalhas.
Posto isto podemos verificar que bastaram dois pequenos conceitos (o conhecimento do porquê da subida e descida do membro inferior no primeiro Kata e do significado do segundo Kata) para alterar o nosso conceito dos mesmos e construir a unidade lógica que constitui cada Kata.

Itosu em 1908 numa das suas dez instruções (ver site) refere: A propósito dos Kata de karate é necessário treinar-se repetindo-os o mais possível. Mas é absolutamente essencial conhecer o significado e a aplicação de cada técnica. É necessário saber que existem numerosos ensinamentos orais complementares aos Kata para as técnicas de ataque, de defesa, de desprendimento e de agarrar.
Enquanto ensinava os seus estudantes e explicava as diferenças básicas entre as escolas de Itosu e Higaonna, Kenwa Mabuni prestava uma maior atenção aos Kata. Ele acreditava que os Kata, que combinavam técnicas de ataque e de defesa, eram a parte mais importante do Karate-Do, e que era necessário entender o significado de cada movimento e executá-lo correctamente. Kenwa Mabuni foi o primeiro a introduzir o conceito do Bun-kai Kumite e do Hokei Kumite, que demonstram o propósito e mostram o uso correcto de cada Kata. O resultado final do treino apropriado do Kata e Kumite é a possibilidade de aplicar as técnicas de karate-do no Kumite livre. A prática do Kata também ajuda a transmitir os conhecimentos em si codificados para a geração seguinte.
De acordo com Kenwa Mabuni o estudante ignorando o Kata e praticando apenas Kumite, nunca irá progredir no Karate-Do e nem irá entender o seu significado.

Taiji Kase - 9º Dan de Karate-Do Shotokan-Ryu - conta que os mestres seniores diziam que Yoshitaka Funakoshi (filho do pai do Shotokan - Gichin Funakoshi), quando fazia um Kata, levava a assistência a perceber uma sensação especial e uma tremenda impressão de perigo iminente. Isso levava-os a dizer que era assim que se devia fazer os Kata. Também segundo Kase, os que observam a execução de um Kata devem sentir e notar algo que provêm das vibrações da nossa força interior e determinação. Se os que observam não sentem nada, o Kata não está a ser bem realizado, é como uma "ginástica ou baile".

Ao analisarmos os três parágrafos precedentes que dizem respeitos a afirmações de figuras de inegável respeito e conhecimento no universo do karate, podemos concluir que a prática de Kata deve ser constante e séria, que é de extrema importância para a defesa-pessoal e que a forma de executá-lo deve transmitir o poder de quem o faz.

Gostava de dizer que dou grande importância à prática correcta do Kata e faço uma análise deste processo como um meio para atingir um objectivo (a eficiência em combate real, melhoramento da condição física, etc.) e não um fim por si só.
Nunca admirei um mestre por saber muitos Kata, pois quantidade nunca significou qualidade. Mais importante é a sua capacidade humana e técnica, que faz com que ao entra-rem no Dojo a sua presença se sinta de imediato e que quando praticamos com eles ou os vemos em acção constatemos o seu enorme potencial.



Considero que cada um de nós deve procurar a verdade daquilo que pratica e não cair naquilo que o grande mestre "Bushi" Matsumura (1809-1901) relata como:
Arte marcial do intelectual - "pensamos em diferentes formas de treino sem as aprofundar. Conhecemos numerosas técnicas mas a prática é como uma dança sendo incapazes de as aplicar em combate. Não se é melhor que uma mulher" (com todo o respeito pelas mulheres acrescento eu).
Arte marcial do pretensioso - "agitamo-nos bastante sem nos treinarmos realmente, portanto, falamos muitas vezes das nossas façanhas gloriosas, causamos tumultos, desordens e ofendemos os outros. Segundo as circunstâncias arriscamo-nos à auto-destruição ou à desonra da nossa família".

Assim ele acrescenta - São inúteis as artes marciais do intelectual e do pretensioso - valorizando apenas a arte marcial do budo.

Por vezes quando treino com outros colegas vejo o quanto a prática do Kata é banalizada (e se calhar por vezes por mim também), não havendo nem a emoção nem a seriedade necessária para a sua prática, acabando-se por cair numa análise superficial em vez de profunda e completa.



Espero com este texto dar voz (com toda a humildade) a uma maioria silenciosa que pratica karate e que por vezes atravessa um abismo de desconhecimento em relação a arte que pratica.

Um esporte completo

São inúmeros os benefícios do karatê para o seu praticante, sejam adultos, jovens, idosos ou crianças. Estes benefícios são dividinos no plano biológico, no psicomotor e no e no plano afetivo-social.

BIOLÓGICO

A prática do karatê ativa as grandes funções orgânicas, veja alguns dos resultados:

Ossos mais resistentes;
Aumento da capacidade pulmonar;
Coração forte e vasos sanguíneos resistentes;
O gasto calórico entre 500 e 800 calorias equilibra o percentual de gordura corporal;
Etc.
PSICOMOTOR

Os movimentos complexos do karatê, exigem do raciocínio motor tão quanto uma conta matemática, fazendo melhorar a inteligência em outras áreas de conhecimentos. Também fazem parte das aulas de karatê, técnicas de correção postural e técnicas de como cair sem acidentes.

AFETIVO–SOCIAL

O karatê é conhecido por seus conceitos de comportamento, respeito e disciplina. Por este motivo, crianças hiperativas, inquietas, com história de falta de limites ou agressividade são encaminhadas, por médicos e educadores, às aulas de karatê.

A verdade é que o Karatê é uma arte de origem oriental e incorpora alguns princípios de uma cultura milenar, apresentando fins educativos, como: a valorização do bom relacionamento interpessoal, respeito mútuo, caráter, disciplina, persistência e auto-controle.

Karate competição

As competições de Karate dividem-se em duas modalidades: Kumite e Kata. Estes são como dois lados de uma moeda. Kata é uma série sistematicamente organizada de técnicas ofensivas e defensivas, executadas em uma seqüência. Nesta forma de competição, o oponente existe somente na visualização mental do concorrente. No Kumite, dois oponentes se enfrentam em uma luta. Cada um deve atacar e defender, tentando marcar pontos por meio de golpes apropriadamente colocados, num princípio onde se golpeia ou retrocede. Desta forma, o Kumite pode ser considerado como uma aplicação dos fundamentos do Kata. Ambas modalidades podem ser competidas individualmente e em equipe.

Os KATAS constituem as técnicas fundamentais do Karate - defesas, golpes e esquivas são combinadas de uma maneira lógica no Kata.

A competição de Kata pode ser por equipe e/ou individual. Os campeonatos por equipes consistem em competições entre equipes com 3 pessoas. Cada equipe é exclusivamente formada por atletas masculinos, ou exclusivamente femininos.

O campeonato individual do Kata consiste no desempenho individual, divididos em categorias masculinas e femininas separadas. Os competidores deverão executar Katas obrigatórios ("SHITEI") e de livre seleção ("TOKUI") durante a competição, de acordo com os estilos de Karate reconhecidos pelo WKF.

O KUMITE não constitui nenhuma pré-combinaão de técnicas e são permitidos aos competidores fazer livremente uso de suas potências mentais, emocionais, físicas e técnicas.

Entretanto, os oponentes devem controlar estritamente seus golpes, golpeando e retrocedendo. A luta começa quando o árbitro central dá o sinal de início e para cada vez que o mesmo diga "HASHIME".

Há um número de divisões de peso na disputa da categoria KUMITE individual. O campeonato por equipe consiste em uma competição entre equipes com cinco pessoas ou conforme o regulamento, sempre em números ímpares. A pontuação da luta é determinada por qualquer um dos competidores que abra 8 pontos de diferença ou que esteja na frente ao final do tempo, caso haja empate existem dois critérios diferentes um para o individual e outro para a equipe. Na equipe a luta é dada como finda, no individual existe um outro tempo para o desempate, caso persista a luta é decidida com o julgamento dos Árbitros.

Atualmente, as competições OFICIAIS são aquelas promovidas e/ou realizadas pelas organizações oficiais de administração do Karate. Como competições estaduais podemos citar aquelas promovidas pelas Federações estaduais (Ex: Federação Paulista de Karate, como o Campeonato Paulista que é realizado anualmente) e nacionais aquelas promovidas pela Confederação Brasileira de Karate (Campeonato Brasileiro). Como competições internacionais, temos aqueles organizados pela Federação Mundial de Karate (WKF, World Karate Federation) como o Campeonato Mundial, além das competições participantes do chamado circuito olímpico, tais como os Jogos Sul-americano, os Jogos Panamericanos.

O Karate

O precursor do Karate foi Bondhi-Dharma, o mesmo que fundou o zen-budismo da Índia. Muito conhecido no Ocidente, foi convidado pelo imperador chinês da época (520 a.C) para levar seus conhecimentos à China. Mas foi no Japão, mais precisamente na ilha de Okinawa, que o Karate foi definitivamente sistematizado como a luta das mãos livres, ou melhor, sem armas.

A história conta que no início do século XV, o Rei Hasshi, da dinastia Sho, conseguiu reunir todas as ilhas do arquipélago Ryu Kyu (cuja maior ilha era Okinawa) numa só nação. A fim de desencorajar qualquer golpe armado de grupos rivais, ordenou que todas as armas fossem confiscadas, tornando sua posse crime contra o Estado.

Mais tarde, em 1609, Okinawa foi invadida pelo Senhor de Shimazu, convertendo-a em seu feudo e novamente as armas foram banidas, fazendo com que o povo retornasse com ardor ao aprendizado das técnicas de lutas sem armas. Foi nesta fase que houve uma renovação das formas de combate e surgiu então o OKINAWA-TE. Os treinamentos eram secretos e os alunos treinavam firmemente e, como as armas eram proibidas, procurava-se fazer com que as mãos e os pés fossem armas tão perigosas quanto as convencionais. Desta forma, aprimorou-se a técnica e começou-se a fazer uso de joelhos e cotovelos, além de aumentar cada vez mais a velocidade.

KARATE NA ERA MODERNA

O Karate moderno foi aprimorado e divulgado por Gishin Funakoshi (1869-1957), após estudar muitos anos na ilha de Okinawa. Em 1922, já em Tóquio, passou a ensinar nas universidades e seus alunos se espalharam por todo o Japão, difundindo seu sistema juntamente com o ZEN (exercícios mentais).

Devido ao fato do Karate ter sido praticado secretamente no passado, um grande número de estilos foi desenvolvido. Os mais praticados são Shotokan, Goju-Ryu, Shorin-Ryu Shito-Ryu e Wado-Ryu, cujas filosofia e luta são as mesmas, variando um pouco somente a forma.

Graduação

O caratê, por meio de Gishin Funakoshi, que aceitou sugestão de Jigoro Kano, adoptou o sistema de faixas coloridas. Pero cada estilo/escola possui seus próprios graus. Antes, porém, muitos métodos distintos eram usados para marcar os vários níveis dos praticantes. Alguns sistemas, recorriam a três tipos de certificados para seus membros:

Shodan ou Shoudan: significando que se havia adquirido o status de principiante.
Chudan ou Chuudan: significava a obtenção de um nível médio de prática. Isso significava que o indivíduo estava seriamente comprometido com sua aprendizagem, escola e mestre.
Jodan ou Joudan: a graduação mais alta. Significava o ingresso no Okuden (escola, sistema e tradição secreta das artes marciais).
Se o indivíduo permanecia dez anos ou mais junto ao seu mestre, demonstrando interesse e dedicação, recebia o Menkyo, a licença que permitia ensinar. Essa licença podia ter diferentes denominações como: Sensei, Shihan, Hanshi, Renshi, Kyoshi, dependendo de cada sistema em particular.

A licença definitiva que podia legar e outorgar acima do Menkio, era o certificado Kaiden, além de habilitado a ensinar, implicava que a pessoa havia completado integralmente o aprendizado do sistema.

O sistema atual que rege a maioria das artes marciais usando Kyu ("classe") e Dan ("grau"), foi criado por Jigoro Kano, o fundador do Judô. Kano era um educador e conhecia as pessoas, sabendo que são muitos os que necessitam de estímulos imediatamente depois de haver começado a praticar artes marciais. A ansiedade desse tipo de praticante não pode ser saciada por objetivos a longo prazo.

A graduação no caratê é importante para indicar o nível de experiencia dos praticantes, e é vista como sinal de respeito para os atletas menos graduados. Para demonstrar a graduação os caratecas usam uma faixa com uma cor na região da cintura. A ordem das cores das graduações variam de estilo para estilo mas como padrão, a faixa iniciante é a de cor branca.

Na classificação de faixas coloridas, Kyu significa classe, sendo que essa classificação é em ordem decrescente. Na classificação de faixas pretas, Dan significa grau, sendo a primeira faixa preta a de 1º Dan, a segunda faixa preta 2º Dan e assim por diante em ordem crescente. Em um plano simbólico, o branco representa a pureza do principiante, e o preto se refere aos conhecimentos apurados durante anos de treinamento.

Desde que foi estabelecido e aceito o sistema de faixas coloridas, a graduação do caratê assemelhou-se muito ao seriamento escolar, entonces, para os alunos galgarem graus ascendentes, até o de mestre, são procedidos testes com diferentes características e exigências, de acordo com o grau de conhecimentos exigidos para a faixa imediatamente anterior, ou seja, o aluno obtem a próxima faixa, se conseguir demonstrar que aprendeu a todo o conhecimento correspondente ao grau que ocupa e pretende superar; em tese, somente quando o aluno aprendeu tudo de um estágio é que está pronto para prosseguir no caminho do caratê. Habitualmente, também se exige certo período de tempo entre um exame e outro.

O Significado do OBI (FAIXA)

O obi é um cinturão ou faixa que serve para manter o kimôno fechado, a faixa tem um significado simbólico. Esse aspecto simbólico são as cores. Tradicionalmente, quando alguém começa a praticar Karatê, recebe a faixa branca. Após anos de treinamento, a faixa tende a ficar cada vez mais escura, assumindo uma coloração marrom.

Se continuar praticando, ela vai se tornando preta. A faixa preta significa que a pessoa esteve treinando Karatê por muitos anos.

Quando o karateca realmente se dedica ao Karatê, sua faixa, após a preta ,começa a ficar branca novamente, depois de muitos outros anos. Assim se completa o ciclo.

Branco é a cor da inocência

Indica quem tem a mente e o espírito "vazios", alguém que é leigo nos aspectos espirituais do Karatê-dô. Também indica que esse praticante ainda não conhece bem as técnicas do Karatê.

Marrom, é a cor da terra

É a cor da solidificação.

A faixa marrom indica que o praticante já se tornou competente, mas sua mente ainda é fértil. Nesta faixa muitos desistem e param o treinamento, julgando-se aptos o suficientes e caem na mediocridade, demonstrando a fraqueza que ainda possuem.

Preto é a fusão de todas as cores

Ela indica quem passou por dificuldades e desafios necessários para superar os obstáculos encontrados nos primeiros anos de Karatê.

Após tornar-se um Yudansha (faixa preta), é que realmente começa a jornada de um karateca.

Cada Karateca deveria saber que a faixa preta não é sinônimo de um prêmio, mas um objetivo e um símbolo da realização de um grande esforço dentro de um sistema de graduação.

EXISTEM TRÊS TIPOS DE FAIXAS PRETAS

1-) Existe a pessoa que por colaborar na divulgação do Karatê-dô tem o reconhecimento de seu serviço com um certificado de Faixa preta Honorário (chamado em japonês de Mey-dan ).

2-) Existe a pessoa que é Karateka e treina regularmente, mas não possui índice técnico para ser aprovado em exame de faixas oficial, por ser muito antigo, e para evitar constrangimentos, pode receber uma faixa preta em reconhecimento ao empenho demonstrado.É o Suisen-dan (grau por antiguidade).

3-) E, por último, existe o Jitsu-Kyoku--dan, que foi aquele praticante que se submeteu a banca examinadora e foi aprovado, possuindo nível técnico e treinamento que justifica a sua graduação.

IMPORTANTE: faixa preta de Karatê não é sinônimo de professor de Karatê, mas sim, de pessoa que se sacrificou o suficiente para conseguir um relativo controle de seu corpo e de sua mente .

Estilos de Karate

A popularização do karate, ocorrida nos últimos anos, trouxe uma enorme confusão sobre o que é verdadeiramente a arte marcial, o que é esporte, as modificações e os cismas internos e as deturpações ocorridas na sua prática.

Existem alguns estilos “puros” de karate, vale dizer, que não procederam a adaptações para satisfazer demandas exógenas, por fins comerciais, de massificação ou conveniências políticas.

No caso do estilo shotokan, em particular, há uma enorme confusão do público sobre o que é ele, as escolas, federações, etc.

O estilo Shotokan foi criado pelo professor Funakoshi, sendo que “Shotokan” era o pseudônimo do próprio Funakoshi, que desta maneira assinava os seus poemas – poeta e professor da língua japonesa que era.

Funakoshi criou a Nihon Karate Kiokai (Associação de Karate do Japão), escola reconhecida pelo governo japonês. Quando da morte de Funakoshi, assumiu a posição de dirigente máximo da escola o professor Nakaiama, o qual permaneceu nesta posição até seu falecimento, em 1987. Após sua morte, a direção da Nihon Karate Kiokai foi compartilhada ou assumida por um colegiado, durante vários anos. Só recentemente o próprio governo japonês interviu e indicou o professor Sugiura – karateca dos tempos do professor Nakaiama – como o novo dirigente da escola.

Esta, a Nihon Karate Kiokai, é a escola matriz e a maior do mundo do estilo Shotokan.

Como esta escola, existem, ainda no estilo Shotokan, a escola do professor Kanazawa (Shotokan Karate International), a escola do professor Nishihama (não confundir com a ITKF – Federação), entre outras. Igualmente, existem escolas dos estilos Goju-ryu, Wado-ryu, etc.

Grosseiramente, pode-se dizer que qualquer academia é uma escola, com a respeitabilidade que sua competência e tradição possam conter. Federações, por outro lado, são instituições que abrigam – congregam – diversas escolas. Muitas vezes, abrigam escolas de estilos diferentes.

Ocorre que, quando uma federação recebe estilos diferentes, recebe igualmente idéias, filosofias e técnicas diferentes, de vez que as escolas tem diferenças de raiz. Quanto mais forte e coesa uma federação, mais concessões são feitas por cada escola – a menos que uma dela se imponha – afastando-se estas mais e mais de suas origens. Isto fica particularmente evidente nos campeonatos, em que as regras estabelecidas devem ocorrer por consenso, sendo este um método que demanda renúncias de cada parte para a convivência e sobrevivência do grupo. Isto é próprio do consenso, da formação de grandes grupos.

Assim, federações se fortalecem para fora (maior público) e as escolas puras se fortalecem para dentro (especialização).

Estilos de karate

GOJU-RYU, SHOTOKAN, SHITO-RYU, WADO-RYU, SHORIN-RYU

As diferenças entre os estilos são baseados nos locais de origem. O karate-Do se desenvolveu em três locais diferentes de Okinawa: Havian três principais núcleos de Te (mãos) em Okinawa, estes núcleos eram as cidades de Shuri, Tomari e Naha. Consequentemente os três estilos básicos antes de receberem os nomes acima mencionados tornaram-se conhecidos como: A capital Shuri, surgiu o Shuri-te (mão do sul) sistema de luta que valoriza a velocidade. A cidade portuária de tomari, surgiu o Tomari-Te (mão do centro) sistema de luta que na verdade era uma fusão dos estilos de Shuri e Naha. A cidade comercial de Naha, surgiu o Naha-Te (mão do norte) sistema de luta que dava ênfase a força, deu rigem ao estilo Goju-Ryu de Karate, Shuri-Te e Tomari-Te deram origem aos estilos, Shotokan, Shito-Ryu e Wado-Ryu.

Goju-Ryu

O estilo Goju-Ryu, cujo o nome advém de GO (Força), Ju (Flexibilidade) foi fundado pelo Mestre Chojum Miyagi. É uma técnica que prima pelo bloqueio para dar mais rapidez ao ataque. É uma técnica penosa, dura e verdadeira. Nessa escola caracteriza-se uma respiração “Kokyu” abdominau sonora.

Shotokan

Fundado pelo Mestre Gichin Funakoshi, Shotokan, significa “Academia de Shoto”. Shoto em japonês significa Pinheiro – pseudônimo artístico que o mestre Funakoshi assinava seus poemas. O estilo Shotokan é ideal para longa distância, por ser uma técnica longa e ao mesmo tempo rápida.

Shito-Ryu

O estilo Shito-Ryu criado por Kenwa Mabuni é caracterizado por uma grande riqueza de formas (Katas) e é uma fusão das características Naha-te e Shuri-te. A palavra Shito vem dos caracteres japoneses que escrevia o nome de seus professores “Shi” representa o primeiro kanji do nome do Itosu e “To” representa o primeiro Kanji do nome de Higaona, enquanto “Ryu” significa escola ou estilo.

Wado-Ryu

O estilo Wado-Ryu (Estilo do caminho da paz), foi criado pelo Mestre Hironori Otsuka e se difere dos demais estilos por usar o mínimo de esforço. É baseado em princípios físicos e fisiológicos, utilizando esquivas, bases mais altas e nomenclatura própria e original desde a sua criação e técnicas peculiares do próprio estilo.

Shorin-Ryu

Seus preceitos incluem respeito, cortesia, paz, fraternidade, dedicação, harmonia, justiça, união, humildade, paciência, otimismo, bom-senso, prudência, controle da violência e disciplina.

Efeitos imediatos são elasticidade, reflexo, auto-confiança, controle do stress, bem-estar, sensibilidade, percepção, intuição, criatividade e segurança pessoal.

Os treinamentos incluem preparo físico-mental-espiritual-emocional-social, defesa-pessoal, armas antigas e meditação com aulas criteriosas para todos níveis e idades, masculino e feminino, sem contato total, uma infinidade de técnicas de mão, dedos, pulso, cotovelo e braços, pés, joelho e pernas, cabeça, quedas, torções e imobilizações, com orientação educacional legal e comportamental.

O estilo Shorin-Ryu de Karatê nasceu na ilha de Okinawa (na época território independente- hoje um Estado do Japão). Antigamente denominava-se Shuri-Te.

Antes de ser denominado Shuri-Te,era conhecido como Okinawa-Te, antes disto como Ti, Te ou To-De (prática nativa local).

A linhagem original do shorin-Ryu inicia-se com Choshin Chibana, seguido por Katsuya Miyahira e Yoshihide Shinzato, todos 10° Dan.

Dojo

Os procedimentos próprios de uma academia de artes marciais muitas vezes fogem à compreensão dos iniciantes, mas é importante procurar entender e praticar estas formas de etiquetas para formar o caráter, entender o respeito e a hierarquia.

O karate começa e termina com cortesia. No início e final de cada aula sempre existirá o cumprimento entre aluno e professor(sensei), estendendo o cumprimento a alunos antigos e graduados, ou, quando dentro do dojo, for falar com o seu professor, cumprimente-o com uma leve inclinação à frente (lembre-se: quem busca mais do que socar e chutar, deverá entender o significado da palavra humildade, pois a arrogância é própria dos fracos de espírito), e o som próprio para este cumprimento é o s s ! ! !, Que é uma contração da palavra em japonês ossishinobu, equivalente ao nosso bom dia ou boa tarde etc.

Dentro do dojo sempre fale baixo, isto fará você manter a sua concentração no treinamento e não atrapalhará os demais.

Quando precisar amarrar a sua faixa, vire-se de frente para a parede, esta também é uma forma de demonstrar ao sansei respeito e disposição em aprender karate. Dojo, formado pelas palavras do = caminho, jo = sala, ou seja, uma área selecionada para o seu desenvolvimento físico e espiritual, deverá ter todo o seu respeito com um leve cumprimento ao entrar.

Sempre que for iniciar qualquer tipo de treinamento com um companheiro, deverá cumprimentá-lo, esta é uma forma de manifestar o seu respeito e reconhecer sua importante participação, pois sem ela o seu progresso seria lento e incompleto.

Jamais abandone o local de treinamento sem a permissão do Sensei.

Depois de iniciado o treinamento desligue-se de contatos externos, evite contatos telefônicos, conversas desnecessárias, concentre-se somente no seu treinamento, isto lhe permitirá um equilíbrio saudável entre corpo e mente.

Como Posicionar para o Cumprimento no Dojo

Estudantes em posição de meditação para ajudar a limpar a mente, ao iniciar a aula (sentados eretos, olhos fechados, sem fixar pensamento algum). Cumprimento padrão entre dois estudantes.